quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

OS JORNAIS

 

OS JORNAIS



Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:

– Chega! Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia. Você acredita nisso que os jornais dizem? Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças? Não! Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenham conteúdo jornalístico. Vejamos a história deste crime. "Durante os três primeiros anos o casal viveu imensamente feliz..." você sabia disso? O jornal junca publica uma nota assim:

"Anteontem, cerca de 21 horas, na Rua Arlinda, no Meier, o sapateiro Augusto Ramos, de 28 anos, casado com a senhora Deolinda Brito ramos, de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos na garganta e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: "Meu amor", ao que ele retorquiu: "Deolinda". Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7,45 da manhã, isto é, 10 minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal."

A impressão que a gente tem, lendo os jornais – continuou meu amigo – é que "lar" é um local destinado principalmente à prática de "uxoricídio". E dos bares, nem se fala. Imagine isto:

"Ontem, cerca de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro, residente à Rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar "Flor Mineira", à Rua Cruzeiro, 524, em companhia de seu colega Pedro Amâncio de Araújo, residente no mesmo endereço. Ambos entregaram-se a fartas libações alcoólicas e já se dispunham a deixar o botequim quando apareceu Joca de tal, de residência ignorada, antigo conhecido dos dois pedreiros, e que também estava visivelmente alcoolizado. dirigindo-se aos dois amigos, Joca manifestou desejo de sentar-se à sua mesa, no que foi atendido. Passou então a pedir rodadas de conhaque, sendo servido pelo empregado do botequim, Joaquim Nunes. Depois de várias rodadas, Joca declarou que pagaria toda a despesa. Ananias e Pedro protestaram, alegando que eles já estavam na mesa antes. Joca, entretanto, insistiu, seguindo-se uma disputa entre os três homens, que terminou com a intervenção do referido empregado, que aceitou a nota que Joca lhe estendia. No momento em que trouxe o troco, o garçom recebeu uma boa gorjeta, pelo que ficou contentíssimo, o mesmo acontecendo aos três amigos que se retiraram do bar alegremente, cantarolando sambas. Reina a maior paz no subúrbio do Encantado, e a noite foi bastante fresca, tendo dona Maria, sogra do comerciário Adalberto Ferreira, residente à Rua Benedito, 14, senhora que sempre foi muito friorenta, chegado a puxar o cobertor, tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um pedaço de goiabada."

E meu amigo:

Se um repórter redigir essas duas notas e levá-las a um secretário de redação, será chamado de louco. Porque os jornais noticiam tudo, tudo, menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida...

Rio, maio de 1951.

BRAGA, Rubem. A Borboleta Amarela. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1963. p. 88-90.

quinta-feira, 10 de maio de 2018


              Uso do hífen com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.
Exemplos: arco-íris, guarda-chuva, mesa-redonda, porta-bandeira segunda-feira, vaga-lume.

OBSERVAÇÃO

Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como aguardente, girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas.
2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.
Exemplos: blá-blá-blá, cri-cri, corre-corre, esconde-esconde, pega-pega, pingue-pongue, tique-taque, zigue-zague.
3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.
Exemplos: camisa de força, cara de pau, dia a dia, fim de semana, olho de sogra, pé de moleque, ponto e vírgula.
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia.

OBSERVAÇÃO

Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional.
Exemplos: bicho de sete cabeças, cor de burro quando foge, deus nos acuda, diz que diz que, faz de conta, leva e traz, maria vai com as outras.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.
Exemplos: gota-d’água, pé-d’água.
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.
Exemplos: belo-horizontino, porto-alegrense, mato-grossense-do-sul.
6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas, tenham ou não elementos de ligação.
Exemplos: andorinha-da-serra, bem-te-vi, cravo-da-índia, erva-doce, pimenta-do-reino.

OBSERVAÇÃO

Não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original.
Exemplos:
bico-de-papagaio
(espécie de planta ornamental)
bico de papagaio
(deformação nos discos da coluna vertebral)
olho-de-boi
(espécie de peixe)
olho de boi
(selo postal brasileiro)

Uso do hífen com prefixos

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, sub, super, ultra etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).

Casos gerais

1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
  • anti-higiênico
  • anti-histórico
  • macro-história
  • mini-hotel
  • proto-história
  • sobre-humano
  • super-homem
  • ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos:
  • anti-inflacionário
  • inter-regional
  • micro-ondas
  • sub-bibliotecário
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra.
Exemplos:
  • aeroespacial
  • agroindustrial
  • antiaéreo
  • autoescola
  • intermunicipal
  • semicírculo
  • supersônico
4. Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos:
  • antirracismo
  • minissaia
  • semirreta
  • ultrassom

Casos particulares

1. Com os prefixos sob e sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplos:
  • sob-roda
  • sob-rojar
  • sub-ramo
  • sub-região
2. Com os prefixos circum pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por me vogal.
Exemplos:
  • circum-murado
  • circum-navegação
  • circum-ambiência
  • pan-mítico
  • pan-nacionalismo
  • pan-americano
3. Usa-se o hífen com os prefixos alémaquémexpóspréprórecémsem e vice.
Exemplos:
  • além-túmulo
  • aquém-mar
  • ex-aluno
  • pós-graduação
  • pré-vestibular
  • pró-europeu
  • recém-nascido
  • sem-terra
  • vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por ou (nesse último caso, corta-se o h). Se a palavra seguinte começar com ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos:
  • coobrigação
  • coedição
  • coeducar
  • cofundador
  • coabitação
  • coerdeiro
  • corréu
  • corresponsável
  • cosseno
5. Na formação de palavras com ab, ad ob, usa-se o hífen diante de palavras iniciadas com r.
Exemplos:
  • ab-rogante
  • ab-rogar
  • ad-renal
  • ob-repção
  • ob-reptíçio
6. Com os prefixos pre re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e.
Exemplos:
  • predeterminar
  • preexistente
  • realimentar
  • reescrever

Outros casos do uso do hífen

1. Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, ou l.
Exemplos:
  • mal-arrumado
  • mal-entendido
  • mal-habituado
  • mal-humorado
  • mal-lavado
  • mal-limpo

OBSERVAÇÃO

Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação.
Exemplo: mal-francês.
Se, porém, houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen.
Exemplos: mal de Alzheimer, mal de Chagas, mal de Parkinson
2. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.
Exemplos:
  • capim-açu
  • amoré-guaçu
  • anajá-mirim
3. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos:
  • eixo Rio-São Paulo
  • ponte Rio-Niterói
4. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:
  • Na cidade, conta-
    -se que ele foi viajar.
  • O diretor foi receber os ex-
    -alunos.
5. Não se usa o hífen na formação de palavras com não quase.
Exemplos:
  • não agressão
  • quase delito

 FONTE : http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/nocoes-gramaticais/hifen/
Acesso em 10/05/18

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

SUJEITO

        O sujeito de uma oração é o termo sobre  o qual se declara alguma informação.
  
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                                  http://www.querodesenho.com/category/charges/page/8/ 


TIPOS DE SUJEITO

1.SIMPLES: é o sujeito que apresenta um só núcleo.

Ex: O dia está quente. 
         núcleo

Meus pais foram viajar.
             núcleo

Atenção : não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Dizemos que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere apenas a um elemento, seja ele singular ou plural.

2.COMPOSTO: é o sujeito  que apresenta mais de um núcleo.

Ex: Eu e meu irmão daremos  uma festa.
      núcleo              núcleo          

Atletas e paratletas participarão das Olimpíadas
   núcleo               núcleo



3.OCULTO / IMPLÍCITO / DESINENCIAL:  quando o sujeito pode ser identificado mas não está explicitamente  representado na oração.

Ex. Estivemos na chácara
(sujeito nós, identificável pela terminação verbal )

Estive na chácara.
(sujeito eu, identificável pela terminação verbal)

4.INDETERMINADO : quando não há nenhuma referência a quem praticou a ação indicada pelo verbo. O sujeito existe, mas não pode ser identificado. Esse tipo de sujeito pode ocorrer em dois casos :

a) O verbo se apresenta na terceira pessoa do plural, sem antecedente que o relacione a algum elemento.

Ex: Roubaram meu carro !

      Assaltaram a loja.

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se, que funciona como índice de indetermina-ção do sujeito.

Ex: Precisa-se de um ajudante.

    Come-se bem neste restaurante. 

5.ORAÇÃO SEM SUJEITO : ocorre quando não podemos relacionar o predicado a nenhum sujeito. Neste caso, o verbo é considerado impessoal e o sujeito é considerado inexistente.
Isso acontece quando :
a) Quando o verbo haver é empregado com o sentido de existir ou com referência à passagem do tempo.
Ex: Havia vários livros sobre a mesa.
    Há dois dias que não o vejo.

b) Em orações com verbos ou expressões que indicam fenômenos meteorológicos ou passagem do tempo.

Ex: Trovejou muito ontem.
       Aqui faz um calor intenso.
    São duas horas da tarde.
    Amanhece cedo no verão.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016



                                             

                                                            HOTEL RUANDA



                                                    Hotel Ruanda

RESENHA CINEMATOGRÁFICA I

Direção: 
Gêneros DramaGuerraHistóricoSuspense
Nacionalidades Reino unidoÁfrica do sulItália


Em 1994 um conflito político em Ruanda levou à morte  quase um milhão de pessoas em apenas cem dias. Sem apoio dos demais países, os ruandenses tiveram que buscar saídas em seu próprio cotidiano para sobreviver. Uma delas foi oferecida por Paul Rusesabagina (Don Cheadle), que era gerente do hotel Milles Collines, localizado na capital do país. Contando apenas com sua coragem, Paul abrigou no hotel mais de 1200 pessoas durante o conflito.
Título original Hotel Rwanda
Distribuidor -
Ano de produção 2004
Tipo de filme longa-metragem
Curiosidades 1 curiosidade
Orçamento 17 500 000 $
Idiomas Inglês, Dialeto Africano
Formato de produção 35 mm
Cor Colorido
Formato de áudio DTS, Dolby Digital
Formato de projeção 2.35 : 1 Cinemascope
Número Visa -
(http://www.adorocinema.com/filmes/filme-55666/) Acesso em 24/10/2016

RESENHA  II


"Hotel Ruanda" foi lançado em 2004, dirigido por Terry George, e conta a história de Paul Rusesabagina, gerente do Mille Collines, um hotel 4 estrelas em Kigali, capital de Ruanda. Contextualizado no período da 1ª Guerra de Ruanda, o filme retrata a dificuldade que os tutsis encontraram em se manter vivos quando os hutus assumiram o poder.
     Foi exatamente o antagonismo entre as etnias, forçadas pelos colonizadores a conviver dentro das mesmas fronteiras, que causou primordialmente todos esses conflitos.
      Quando a morte do presidente ruandês e hutu em um atentado aéreo é noticiada, logo seus partidários presumem que o ato foi culpa dos tutsis, que, de alguma maneira, estavam insatisfeitos com o acordo de paz assinado. Querendo vingança, os hutus começaram a matança. 
      Paul, mesmo sendo hutu, tem, a partir desse momento, o objetivo de proteger sua família e seus vizinhos, todos de origem contrária a sua. Ele usa a influência e contatos que possui para subornar o exército, impedindo que seus amigos sejam mortos. Com o assassinato de pessoas importantes na política, a confusão fica cada vez mais descontrolada. O hotel onde Paul trabalha parece ser o único lugar seguro, por ser propriedade de uma empresa belga. Portanto, é pra lá que os refugiados tutsis vão. A ONU é enviada, mas incapaz de estabelecer a paz, só poderia mantê-la. Assim, os ruandeses se sentem cada vez mais abandonados pelo apoio internacional, principalmente depois de exércitos europeus serem enviados para somente resgatarem os turistas.
      O número de mortos torna-se cada dia maior e, buscando deixar o país, algumas famílias que seguem a caminho da fronteira em um caminhão sofrem um ataque por causa da denúncia de um dos funcionários do hotel; Paul subornou o exército, mas a milícia Interahamwe, hutus extremistas, ainda era adepta a "limpeza" geral dos tutsis.
    Paul vai, gradativamente, se vendo mais desorientado. Entende que sua última oportunidade é usar de informações de fora para chantagear o General Bizumigo, o hutu no poder na época. Ele diz que os Estados Unidos o vê como principal causador da Guerra Civil que acontecia, mas que deporia a seu favor caso o protegesse. O General cede e o leva de volta à sua família, no Mille Collines. 
      Alguns ônibus com todos abrigados no hotel parte novamente para tentar chegar ao campo de refugiados, dessa vez, com acompanhamento da ONU e do Exército e, mesmo assim, sofre um ataque, rapidamente reprimido pelos rebeldes tutsis. A família de Paul e todos os outros chegam bem no campo de refugiados, encontrando, inclusive, com parentes desaparecidos. Rusesabagina foi o grande herói, tendo salvo mais de 1200 pessoas do genocídio em Ruanda.
      O filme retrata de maneira comercial a história verídica da Guerra de Ruanda, na qual duas etnias opostas sofrem pelas atrocidades que ocorreram no país em 1994, fazendo de tudo para salvar sua vida. O foco não apenas nas mortes em si, mas em uma família e em como isso a afetou, nos faz ter uma empatia maior com o filme e uma antipatia com todos aqueles que fizeram parte dessa catástrofe ou que não foram capazes de ajudar.

Luciana Timponi

(Fonte: http://www.oiamigosdapolitica.blogspot.com.br/2015/07/hotel-ruanda-recebeu-tres-indicacoes-ao.html. Acesso 20/10/16)


RESUMO DO ROTEIRO DO FILME HOTEL RUANDA

RESUMO 

A diversidade étnica no continente africano é um dos fatores responsáveis pelo desencadeamento de vários conflitos armados, no entanto, muitas dessas guerras no continente são consequências dos processos de colonização e descolonização dos países africanos, pois os colonizadores não respeitaram as diferenças culturais entre as diversas etnias, separando grupos que viviam em harmonia e, muitas vezes, colocando em mesmo território grupos rivais. Essa atitude contribuiu bastante para intensificar os problemas na África, após terem explorado a riqueza do continente, os europeus deixaram o território com graves problemas econômicos, sociais e uma série de conflitos separatistas e étnicos. 

Um dos maiores exemplos de lutas entre diferentes grupos étnicos foi entre hutus e tutsis em Ruanda. Até a Primeira Guerra Mundial essa região pertencia à África Oriental Alemã. Em 1919, após a derrota dos alemães na guerra, os belgas assumiram o controle do território. 

Durante o processo de colonização da Bélgica, os tutsis correspondiam a aproximadamente 15% da população de Ruanda. Mesmo sendo minoria, eles foram escolhidos pelo poder colonial para governar o país pelo fato de terem a cor da pele mais clara, o nariz mais fino e por serem mais altos. A maioria hutu (85%) ficou excluída do processo socioeconômico do país. 

Porém, em 1959, os hutus se revoltaram com a condição em que estavam e assumiram o poder do país em 1961, nesse mesmo ano Ruanda adquiriu status de República, e, no ano seguinte, a Bélgica reconheceu sua independência e retirou suas tropas do país. 

Nesse momento iniciou-se a perseguição aos tutsis, em 1963, tutsis exilados no Burundi organizaram um exército e voltaram para Ruanda, porém, foram massacrados pelos hutus. Outros massacres aconteceram até que, em 1973, através de um golpe de estado, o coronel Juvénal Habyarimana, de etnia hutu, assumiu a presidência do país. Os conflitos cessaram durante 20 anos. 

Em abril de 1994, retornando de uma conferência na Tanzânia, os presidentes hutus de Ruanda e Burundi foram vítimas de um acidente aéreo. A morte desses líderes desencadeou a volta dos massacres. 

Em Ruanda, estima-se que 13% da população tenha morrido no genocídio promovido em 1994 pelos hutus, sendo 90% desse total da minoria tutsi, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Ao abordar o processo de descolonização dos países africanos e os conflitos étnicos no continente, a história de Ruanda pode ser utilizada como exemplo. Para que a aula se torne mais atrativa é interessante utilizar o filme Hotel Ruanda (encontrado em DVD). 

                                                     

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                                                     Paul Rusesabagina

Hotel Ruanda é um filme baseado na história real de Paul Rusesabagia, gerente de um hotel de uma empresa belga em Kigali, capital da Ruanda. Paul Rusesabagia pertence ao grupo étnico hutu, e em 1994, durante perseguição aos tutsis, Rusesabagia abrigou 1.200 tutsis no Hotel Ruanda, local em que trabalhava. 

Num ato de extrema coragem e compaixão, Paul Rusesabagia fazia todos os esforços possíveis para proteger os tutsis do genocídio que matou mais de 1 milhão de pessoas. Com a ausência de tropas internacionais, os tutsis tinham apenas o hotel para se refugiarem, local protegido através de pagamento de suborno para a polícia, realizado por Paul Rusesabagina. O genocídio só foi amenizado com a formação de grupos de guerrilheiros tutsis. 
[...]

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

(Fonte :  http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/o-filme-hotel-ruanda.htm. Texto adaptado.Acesso em 20/10/16)



domingo, 15 de maio de 2016


GRAU DOS ADJETIVOS

O adjetivo pode ser usado no grau comparativo e no grau superlativo.


COMPARATIVO

Ocorre quando se faz um confronto entre as qualidades ou as características de dois seres ou grupo de seres. Exemplos :

Pedro é mais forte que Marcelo.

Esses jogadores são menos velozes que aqueles.

Marcelo é tão alto quanto Pedro.

GRAU COMPARATIVO DE SUPERIORIDADE

A cidade de São Paulo é mais populosa que a cidade do Rio de Janeiro.

GRAU COMPARATIVO DE INFERIORIDADE

O desinfetante Bole-Bole é menos cheiroso ( do ) que o desinfetante Pipo.

GRAU COMPARATIVO DE IGUALDADE

A praia do Canal 1 está tão limpa quanto a praia do Canal 5.

Observção : Pode ocorrer o grau comparativo no confronto entre qualidades de um 

mesmo ser :  Marta é tão elegante quanto simpática.

GRAU SUPERLATIVO

Ocorre quando a qualidade de um ser é realçada ao seu mais alto grau. 

superlativo pode ser absoluto ou relativo.


ABSOLUTO : quando a intensificação da qualidade de um ser é expressa 

sem confrontação com outros seres. O superlativo absoluto pode ser 

sintético ou analítico.


SINTÉTICO : vem expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixos  -íssimo

 ( a) , –imo (a) , -rimo(a) )

Ex : Marina é belíssima.

        A prova foi facílima.

       Este Estado é paupérrimo.



  
Analítico : vem acompanhado de palavra intensificadora ( palavra muito, 

 menos , demais... )

Ex : Marina é muito bela.

       A prova foi fácil demais.

       Este estado é muito pobre.



RELATIVO : quando a qualidade  é  destacada com relação a um conjunto 

de seres.

Ex: Marina é a mais bela da classe.

Esta foi a prova menos complicada de todas.

Fonte : TUFANO, Douglas.Estudos de língua portuguesa : Gramática. 3. Ed. São Paulo. Moderna.1995. p.48-49