O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt BrechtO pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
O analfabetismo político em tempos de
Copa do Mundo
Interessante
escrever esta análise pós-derrota no futebol, dentro de casa, da Seleção
Brasileira contra a seleção da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo. As palavras de Brecht traduzem fielmente o
comportamento alienado do povo brasileiro, envolvido pelo clima de sonho que antecedeu
o início do evento esportivo mais esperado desde a década de 1950. Em pleno ano
de eleições federais e estaduais, bem sabemos o quanto houve de influência este
mundial na mente do brasileiro que não é um ser político por natureza.
O
clima até o jogo do Brasil contra a Colômbia, era de total amor à pátria,
patriotismo este revelado nas cores da bandeira que tomaram lugar nas ruas, nos
corpos, nos carros, nas janelas e principalmente no Hino estendido de cada
início de partida, onde o brasileiro, não só nos estádios, mas também em suas
casas e nos bares, cantavam com a mão direita no peito, em sinal de paixão por
este país. Findo o jogo contra a Alemanha, findo o sonho e finda a ilusão do
hexacampeonato. O brasileiro vai às ruas e a violência impera, em nome do
descontentamento potencializado pela vergonha de um resultado nunca antes
registrado em uma Copa do Mundo de 7x1 para a Alemanha.
Bertold
Brecht caracteriza o analfabeto político como aquele que não participa dos
acontecimentos políticos de seu país e ainda sente-se orgulhoso por isso. É
também aquele que ignora o fato de que tanto a sua vida como a de qualquer
cidadão depende de decisões políticas que ele sequer suspeita que existam. O povo brasileiro é analfabeto político, pois exime-se do dever
de conhecer e participar da vida política a começar pelo seu município como
cidadão atuante, para orgulhar-se de ser
beneficiário de programas sociais que são ofertados como direitos do cidadão
e na verdade apenas são vias seguras de
garantia de votos; cabrestos políticos em pele de assistencialismo.
Na manhã pós-derrota, o noticiário anuncia que
no Estado de São Paulo e em mais quatro estados brasileiros, a inflação foi
menor em julho pela baixa no preço dos alimentos e que o governo de São Paulo
desiste de multar quem aumentar o consumo de água nestes tempos de estiagem. Essas medidas, com certeza, foram divulgadas
e tomadas para que a imagem do governo
brasileiro, tanto em nível federal quanto em nível estadual, influenciem nas
urnas em outubro pois vivemos em um país onde os que fazem as leis que
determinam sua vida real são desprezados e odiados e aqueles que oferecem
prazeres momentâneos são os heróis. Quando estes últimos falham em sua missão,
o descrédito cai sobre todo o resto do país: economia, saúde, educação e
segurança. Como não temos a garantia de que o voto vai mudar a situação
vigente, o brasileiro parte para a ignorância, como se diz no popular.
E o termômetro da
ignorância política está na tentativa de saques a lojas de eletroeletrônicos,
ataques a ônibus em circulação e incêndio em um pátio de coletivos desativados
que ocorreram na cidade de São Paulo apenas 20 minutos após a derrota do Brasil
na semifinal da Copa do Mundo. Roberto da Matta, sociólogo e articulista do jornal O Estado de São Paulo, quando
indagado se o vexame da seleção do Brasil na Copa afeta a eleição presidencial,
esclarece que “(...) tudo está relacionado com tudo - tudo o que ocorre na vida
social, mental, na paisagem simbólica, está interligado”. Afirma que deveremos
tirar o futebol da ilha da fantasia e questiona se a sociedade vai cobrar dos políticos a educação e a
saúde de que temos direito, com a mesma veemência com que cobramos o futebol da
Seleção Brasileira.
Apenas a Educação e o
esclarecimento das classes menos favorecidas será capaz de alfabetizar
politicamente a massa para que esta não seja presa fácil na mão do político
vigarista e dos capitalistas exploradores que aproveitaram o máximo para lucrar
durante os jogos. Agora, vamos ver quem paga esta conta, que, com certeza, não
será paga em Euro.
Fonte de Pesquisa
http://pensador.uol.com.br/frase/MjMzMDA5/